o CACHINHOS DOURADOS. HIGIENE E ANTI-HIGIENE DE MENORES DENTRO E FORA DAS ESCOLAS MEXICANAS. QUERÉTARO (1950-1960)

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Resumo

Uma cultura de higiene e anti-higiene infantil está documentada nas escolas e nos lares de Querétaro: uma cidade no centro do México na década de 1950; quando a transição para a modernidade envolveu a chegada de produtos ocidentais e hábitos de uma sociedade de consumo. As questões norteadoras são: Que condições de infraestrutura e saúde pública existiam?; Que produtos comerciais de higiene pessoal foram divulgados na imprensa? Quais eram as práticas anti-higiênicas das crianças na época? Pesquisas anteriores mostram condições insalubres durante séculos, onde a ênfase dada à higiene das crianças se centra na medicalização de acontecimentos da vida familiar, como a parentalidade ou a alimentação; ou na politização da miséria, onde se torna necessário modificar as condições económicas das pessoas para melhorar a sua saúde. Mas a higiene e o seu complemento, a sujidade, não são abordados como parte da cultura infantil. As obras apresentam a falta de limpeza como condição para erradicar, e não levam em conta que as infâncias convivem com a sujeira durante sua socialização. Nesta pesquisa historiográfica, baseada em estatísticas, imprensa e fontes qualitativas, sugere-se que higiene e anti-higiene fazem parte do mesmo sistema, e que na modernidade uma categoria não pode existir sem a outra; o que é reflexo de um desenvolvimento urbano incipiente, onde se combinam crenças supersticiosas relacionadas ao medo da água como principal meio de higienizar o corpo e limpar as roupas.